Como eu já havia falado no post anterior, minhas expectativas de fazer algumas receitas na Páscoa foram por água abaixo. Não só algumas doces, como algumas salgadas como uma quiche de alho-poró ou a de camarão. Aí você pode se perguntar: "Mas não tem como sair só pra comprar a farinha? Vende em qualquer lugar. Qual a dificuldade dessa doida?". E as respostas são:
1ª - Tem. Mas o mercado de confiança que não vai vender farinha com bicho e mal armazenada fica longe daqui. Aconteceu de eu precisar de 1kg de açúcar, e comprei na padaria aqui perto. Como o atendente colocou o pacote direto na sacolinha plástica e me deu, só descobri que estava todo aberto (rasgado mesmo!) quando cheguei em casa. Foi muita sacanagem.
2ª - Não compro a farinha mais cara, longe disso, mas optar por uma que seja a mais barata e com cara esquisita não rola. E essa está a venda no mesmo lugar do açúcar. Logo, NÃO.
3ª - A dificuldade é a seguinte: apesar de morar numa cidade de praia, a distância de algumas coisas onde EU estou morando, é bem longe. Moro próximo da área verde dos morros. Dependo de carro ou ônibus para chegar no mercado, e táxi em feriado é mais caro, e encarar mercado cheio em épocas como Páscoa e Natal só pra comprar farinha, nem a pau.
Acabei optando por um risoto de camarão e limão siciliano na sexta e na Páscoa assamos um peru com farofa e arroz. O único peixe que comi nesses dias, foi o da latinha de atum que acompanhou a salada de grão de bico. Voltando aos doces, depois do episódio do sorvete de brigadeiro, resolvi tentar outra receita. Sei que estou sendo muito repetitiva nessa história de brigadeiro, e por isso vou evitar ao máximo fazer alguma coisa com esse nome em abril. Combinado? Mas isso foi no sábado, e sim, fiz mais uma receita de brigadeiro, e dessa vez foi de Nutella.
Resolvi fazer uma receita de brigadeiro de Nutella. Nunca tinha experimentado o uso da Nutella a não ser o básico: no pão, na torrada e com alguma fruta. É que como por aqui ela não muito barata, a gente evita ficar gastando desnecessariamente. Mas por incrível que pareça, aconteceu um milagre de Páscoa, e minha mãe comeu. E gostou, e comeu mais de um. Só por isso já valeu a pena. Mas o danadinho é gostoso.
Aconselho a evitar colocar na geladeira, porquê ele fica mais durinho, e dependendo do ponto que você deixar, pode ficar um pouco durinho demais. Então é melhor ficar atento ao ponto do brigadeiro, porquê textura de caramelo nem sempre é algo prazeroso. Ainda mais pra crianças ou pessoas que não tem seus dentes naturais (dentadura, prótese, resina).
Como meu granulado ao leite estava acabando, "vesti" os bonitinhos com vários confeitos diferentes. Achei que ficaram muito bonitinhos, tanto que arrumei todos na compoteira da minha mãe. O pessoal aqui gostou. Posso garantir a criança interna de algumas pessoas foram despertadas. Prova disso foi ver o nível de brigadeiros descendo cada vez que eu ia e voltava da cozinha.
Bom, de tragédia, foi só o caso da farinha. Sei que drama vende, e que desgraça chama mais atenção que coisas boas, mas nem só de drama vive o meu lar. Ou o onde por enquanto estou chamando de lar (nada de spoilers sobre isso).
Ingredientes:
1 lata de leite condensado
25 gramas de chocolate amargo 70%
80 gramas de chocolate ao leite de qualidade (pedia um 30% mas eu não tinha)
1 colher (sopa) de manteiga sem sal
1 colher (sobremesa) de glucose de milho (opcional) (usei Karo)
120 gramas de Nutella
1 pitata de sal
Confeitos diversos para decorar
Em uma panela grande junte todos os ingredientes.
Leva-a ao fogo médio e mexa sem parar. Não se esqueça de sempre mexer as bordas da panela com a espátula. A massa de brigadeiro estará pronta quando você virar a panela de lado e a massa do desgrudar totalmente do fundo e sem grudar na borda.
Coloque a massa em uma travessa grande e espalhe bem.
Cubra com plástico filme em contato com a massa. Leve para a geladeira.
Quando a massa estiver gelada, faça bolinhas e passe no confeito.
Obs.: Eu usei a glucose de milho, mas achei totalmente desnecessária.
Acho o ponto do brigadeiro teria ficado melhor e mais macio
sem ela. Mas essa é só minha opinião, certo?
Sou fã de chocolates amargos, e sempre que posso, invisto em alguns.
Entendo perfeitamente que algumas pessoas não gostem de brigadeiro.
Mas já falei aqui do efeito que o brigadeiro causa nessa casa.
Em mim principalmente. Lembra partes boas da infância.
É algo terapêutico e nostálgico ao mesmo tempo.
Pode não ser o melhor doce do mundo,
mas não é esse o propósito.
É a lembrança.
Tendeu?
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